
Se as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) decidissem operar uma frota composta exclusivamente por 8 aeronaves do tipo Bombardier Q400, haveria vários impactos operacionais, financeiros e estratégicos. Aqui estão alguns dos principais pontos a considerar:
1. Benefícios Operacionais
- Eficiência de Combustível: O Q400 é um turboélice moderno e econômico, ideal para rotas de curta e média distância. Comparado a jatos como o Embraer E190 ou Boeing 737, ele consome menos combustível.
- Adequado para Infraestrutura Limitada: Muitas pistas secundárias em Moçambique e na região têm infraestrutura limitada, e o Q400 pode operar em pistas curtas e não pavimentadas. Isso permitiria à LAM expandir operações para aeroportos menores.
- Frequência e Conectividade: Com uma frota homogênea, a LAM poderia aumentar a frequência de voos em rotas de alta demanda, oferecendo mais opções de horários para os passageiros.
2. Impactos no Serviço
- Capacidade Limitada: O Q400 geralmente acomoda 70 a 80 passageiros, enquanto os jatos como o Boeing 737-700 (que a LAM já operou) podem levar mais de 120 passageiros. Isso poderia limitar a receita em rotas de alta demanda.
- Velocidade Menor: O Q400 é mais lento que jatos, o que pode tornar voos mais longos menos competitivos. Por exemplo, Maputo – Nampula, que um jato faz em cerca de 2 horas, pode levar mais tempo com o Q400.
3. Viabilidade Econômica
- Menores Custos de Manutenção: Uma frota homogênea reduz custos operacionais e simplifica a manutenção, já que as peças e treinamento da tripulação são padronizados.
- Menores Taxas Aeroportuárias: Turboélices como o Q400 pagam taxas menores em alguns aeroportos, pois são classificados como aeronaves regionais.
- Limitação em Rotas Internacionais: O Q400 não é a melhor opção para voos internacionais mais longos, como Maputo–Johannesburgo ou Maputo–Dar es Salaam. Para essas rotas, seria necessário um jato complementar.
4. Comparação com a Situação Actual
Actualmente, a LAM opera com diferentes tipos de aeronaves, incluindo jatos Embraer E190, que oferecem mais flexibilidade. Se a empresa adoptasse apenas o Q400, poderia reduzir custos e melhorar a eficiência, mas enfrentaria desafios em rotas mais longas e de alta demanda.
Conclusão
A decisão de operar exclusivamente com 8 Bombardier Q400 traria vantagens na redução de custos e eficiência em rotas curtas, mas poderia prejudicar a competitividade da LAM em voos internacionais e de grande demanda. O ideal seria uma frota mista, combinando Q400 para voos domésticos e regionais e jatos como Embraer E190 para voos mais longos.
Se a LAM estivesse considerando essa mudança, um estudo aprofundado de mercado e viabilidade econômica seria essencial.