Na praça, o relógio marcava 7h da manhã, e os primeiros raios de sol iluminavam o coreto no centro, um testemunho silencioso de tantas gerações. Havia algo mágico em observar como a cidade acordava.
Dona Amélia, de cabelos grisalhos, já estava lá, como de costume, alimentando os pombos. Para ela, cada migalha lançada era um lembrete de que o tempo passa, mas a praça permanece.
De outro lado, Joãozinho, com seus oito anos e um riso travesso, corria atrás de uma bola surrada. Ele não tinha noção de que, um dia, também seria um desses que se sentam no banco para olhar o mundo passar.
A praça, com seus cheiros de pão fresco vindo da padaria ao lado e os sons de risadas e passos apressados, era um pequeno universo. Cada pessoa ali trazia sua história, sua pressa, ou sua calma.
E então, às 18h, o sol começava a se despedir, pintando o céu de tons dourados. Mais uma vez, a praça cumpria seu papel: abrigava a vida que teimava em seguir, mesmo que os relógios insistissem em marcar o tempo.
O tempo, esse que nos escapa pelas mãos, só se torna mais belo quando observado de longe, como quem assiste à vida acontecer na praça.