
O relógio na parede fazia seu tic-tac constante, marcando a passagem do tempo de forma implacável. Enquanto isso, João, sentado à mesa da cozinha, olhava para o ponteiro como se pudesse deter seu movimento apenas com o pensamento.
Havia algo inquietante na relação entre o homem e o tempo. João sabia que os minutos eram iguais, mas a forma como os sentia dependia inteiramente do que estava vivendo. Um almoço em família parecia durar segundos, enquanto uma fila no banco era uma eternidade.
“Talvez o tempo não seja o inimigo”, pensou ele. “Talvez o inimigo seja a pressa, essa ânsia de querer estar em outro lugar, de desejar o próximo momento antes de viver este.”
Levantou-se, foi até a janela e observou a chuva fina cair. Decidiu que, naquele dia, não se importaria com o relógio. O tempo correria, como sempre, mas ele não correria atrás. Ficaria ali, presente, ouvindo o som da chuva, sentindo o aroma do café recém-passado e vivendo cada segundo, como se fosse um presente.
E foi assim que João aprendeu que o segredo não era controlar o tempo, mas se permitir viver dentro dele.
Moral da história: A vida acontece no presente. Não corra tanto a ponto de perder os pequenos instantes que fazem tudo valer a pena.